TÚNEL
DO TEMPO III
A pureza e inocência que
vemos nas crianças é a mesma que habitava o mundo interior dos seres
primitivos.
Em suas limitações
evolutivas não tinham ainda condições para entender o bem e o mal, o certo e o
errado, apenas o que os incomodava fisicamente.
Tudo que faziam era regido
pelo instinto, o racional não tinha predominância em suas atitudes. Por isso,
expressavam pureza e inocência em tudo que faziam.
Desconheciam a culpa e o
julgamento, cada um utilizava as ferramentas que dispunha para suprir as suas
necessidades de sobrevivência.
O homem primitivo não
entendia a vida de outra forma. Aceitava tudo tranquilamente, sem revolta. A
preocupação maior girava em torno do alimento e de um abrigo para se proteger
das intempéries e dos animais selvagens.
O nível de inocência e
pureza de sentimentos, embora rudes, impediam que o ego sobrepujasse esses
sentimentos.
E assim, o homem primitivo
foi se desenvolvendo, adquirindo através das próprias experiências,
conhecimentos que o estimulava a buscar melhor qualidade de vida.
O homem foi se
transformando, adquirindo novos hábitos e posturas que antes seriam difíceis de
imaginar. Com essa transformação, o homem desenvolveu o ego inferior, e foi
através desse sentimento que teve início a disputa de poder para exercer o
domínio sobre os demais.
O homem deixou para trás
aquela pureza e inocência que caracterizava a sua imagem no princípio dos
tempos. O semblante mudou, as suas buscas já não se limitavam apenas ao suprimento
das necessidades físicas. Esse homem evoluiu em todos os sentidos,
especialmente no que tange a decadência moral.
A partir daí a Terra foi se
transformando, recebendo pinceladas de amor e de agressividade de todos os quadrantes
do universo.
Esse homem puro e inocente
hoje é visto apenas nas crianças de tenra idade, até os sete anos, porque a
partir dessa idade, muitas já manifestam desvios de caráter que trouxeram do
pretérito.
É por essa razão que a
humanidade atingiu todos os limites de abuso do poder, violência e
intransigência com tudo, especialmente a insatisfação com ela própria. Os seus
desequilíbrios são as respostas aos desatinos que ainda permanecem mal
resolvidos internamente.
Essa inocência e pureza de
sentimentos, tão raros em nossos dias, transformaram-se num belo conto de
fadas. Entretanto, esses sentimentos são inerentes a todos os seres humanos. A
vida, do seu jeito, os ensinará como reconquistar esse nível de pureza. É a
consciência se manifestando e transformando.
Este é o ponto final de uma
estrada que iniciou sem interferências de poder, passou pelo domínio do homem e
retornará com a mesma energia que foi criada no princípio de tudo.
Paz e luz!
Metatron
TE em 18.09.2014
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